"Entre ir e ficar hesita o dia,
de sua transparência enamorado.
A tarde circular é já baía:
em seu quieto vaivém se mexe o mundo.
Tudo é visível e tudo elusivo,
tudo está perto e tudo é intocável.
O lápis, os papéis, o livro, o vaso
abrigam-se na sombra de seus nomes.
Pulsar do tempo, latejar-me à fonte,
teimosa, a mesma sílaba de sangue.
A luz tece no muro indiferente
um espectral teatro de reflexos.
Bem no centro de um olho me descubro:
não me fita, me fito em seu olhar.
O instante se dissipa. Sem mover-me,
eu me quedo e me vou: sou uma pausa."
Octavio Paz
Obrigado, Elenir, por esta inspiradora intuição do instante. Boa noite.
ResponderExcluirGilson.
"A luz tece no muro indiferente
ResponderExcluirum espectral teatro de reflexos."
Somos tantos, não? Tantas possibilidades. E tão pouco tempo.
Lindo poema, obrigada.
LINDA poesia adorei
ResponderExcluirdeixo com um beijinho poesia e convido a visitar o me blogue novo de...Dedais da LILI.
COnsenso
Consenso é palavra bonita
Que muita gente pergunta
O que dizer?
Pois consenso é muitas vezes
Apenas uma palavra de dicionário
Consenso - certeza
Consenso - equilíbrio
Consenso - anuência
Consenso - Tanta coisa...
Mas no dia a dia
Não sinto nenhum consenso,
ao nosso redor...
E é pena...
Pois consenso...
É apenas o pouco ou nada.
Ter ideias e partilhá-las
E respeitar as do outro lado
E nas duas partes
Surge o consenso!
Que afinal...
É tão fácil de conseguir!...
É só preciso... querer!...
LILI LARANJO