Deve ser para todos
os gostos.
Mudar só para que
nada mude.
É fácil, impossível,
difícil tentar.
Seus olhos são, se
preciso, ora azuis, ora cinzentos,
negros, alegres,
raso d’água sem nenhuma razão.
Dorme com ele como a
primeira que aparece, a única no mundo.
Dá-lhe quatro
filhos, nenhum, um.
Ingênua, mas a que
melhor aconselha.
Fraca, mas aguenta.
Não tem cabeça, pois
vai tê-la.
Lê Jaspers e
revistas de mulher.
Não entende de
parafusos mas constrói uma ponte.
Jovem, como sempre
jovem, ainda jovem.
Segura nas mãos um
pardalzinho de asa partida
seu próprio dinheiro
para uma viagem longa e longínqua
um cutelo para
carne, uma compressa, um cálice de vodca.
Corre para onde, não
está cansada.
Claro que não, só um
pouco, muito, não importa.
Ou ela o ama ou é
teimosa.
Para o bem, para o
mal e para o que der e vier.
Wislawa Szymborska.
Poemas.
Trad. de Regina
Prazybycien.
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